segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Arte Mahikari










Falei no ato da meditação na crônica anterior, com base na oração do Pai Nosso. Combinei de falar um pouco mais sobre as minhas outras experiências. Ainda não consigo enumerá-las nem dizer se aquela ou aquela outra foi melhor. São vivências, no entanto, que não deixam de transparecer um caráter devocional, um oratório íntimo. A gente com a gente mesmo: eu com o meu eu, si consigo, o próprio ser, tempo presente.

Em meados de 1995, num passeio pelo Centro de João Pessoa, com o amigo e colega de UFPB, Geyzon Dantas, fui apresentada à Arte Mahikari, ensinamento da doutrina Sukyo Mahikari. Eu guardava certo desânimo e cansaço e ele resolveu me indicar uma prática que ele mesmo recebia. Na época, funcionava num pequeno salão, num primeiro andar, na Rua Miguel Couto. Lugar bem discreto e incrivelmente silencioso, apesar da localização que, no seu exterior, é barulhenta, ligando todo o fluxo automotivo da Rodoviária à Lagoa.

Silêncio. Puro silêncio. Uma das normas era tirar o calçado e ficar descalço ou com meias. Sentávamos ou deitávamos numa espécie de esteira ou colchonete ultrafino. Ali, esperávamos o aplicador da Arte. Parece um passe para os kardecistas ou uma ação de Reiki para os reikianos. Trata-se da imposição das mãos, concentrando o trabalho, lento e progressivo, em um Ser Superior. O aplicador, que foi, de certa forma, treinado para a tarefa, impunha uma das mãos ou as duas mãos em outros momentos, em direção a algumas partes do corpo do receptor.

O aplicador assume a função de elevar seu pensamento a quem os mahikaris chamam de SU (Senhor), o Criador dos Céus e da Terra. Não entendo como religião, mas filosofia de vida. Seja o que for, é benéfico e há regras, há uma sequência lógica, há uma motivação, há um grupo em comum. Fui outras vezes sozinha. De repente, aparecia algum conhecido. Olha, você aqui também, pensava. A pessoa pensava também. Depois nos falávamos que era a mesma impressão. E tudo ficava bem.

Durante as aplicações, os sentimentos eram diversos. Com certeza, era um tipo de meditação. Muitas vezes, senti bastante os pontos de energia do corpo, queimando em brasa. Muitas vezes, adormeci e, depois de alguns minutos, vieram me acordar. Muitas vezes, entrei num estado de paralisação dos sentidos. Muitas vezes, entrei numa dimensão diferente, espécie de portal energético. Muitas vezes, chorei em silêncio.

A técnica se chama Arte porque é a união de três itens essenciais para o nosso bem-estar: saúde, harmonia e prosperidade. Os três unidos conduzem o praticante a um cotidiano mais pacífico, em sintonia com o equilíbrio da Natureza. E a Natureza é a expressão da existência divina. Assim ensina o fundador da obra, o japonês Sukuinushisama, o Primeiro Grão-Mestre Kotama Okada. Os adeptos, mesmo seguidores de religiões diferentes, são responsáveis por trabalhar pela paz no mundo. Veja que não é pouca coisa. Uma responsabilidade tremenda, começando pela paz dentro de cada um. Para termos uma ideia da importância da prática, a cidade e o Estado de São Paulo decretaram um dia no calendário, como do Dia da Sukyo Mahikari: 27 de fevereiro, dia do nascimento de Sukuinushisama. Há 75 países com a semente plantada. Que lindo. Quem quiser saber mais, pode entrar no site: www.sukyomahikari.org.br









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Parada das Miudezas

    A hipnose era certa. A Parada das Miudezas, no meu regimento, seria sempre uma visita obrigatória. Para uma criança de cinco anos de ida...